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domingo, 30 de setembro de 2012

"A HISTÓRIA DO CARTAZ"

Cartaz

Pode dizer-se que a história do cartaz é coincidente com a própria história do Homem. A sua evolução reflete com rigor a tecnologia, a estética e o pensamento de cada época. Sabe-se, por exemplo, que os primeiros exemplares da história tiveram a pedra como suporte, em cujas superfícies eram esculpidas as mensagens imanadas pelo poder. Com o aparecimento do pergaminho e do papiro efetiva-se a sua portabilidade. Mas, será o papel, inventado pelos chineses, que lhe confere, séculos mais tarde, um estatuto de grande difusão. A redescoberta da imprensa móvel, por Gutenberg, em meados de quatrocentos, e a descoberta da litografia, em 1796, por Aloys Senefelde, são dois marcos indeléveis na história do cartaz. Estavam, pois, criadas as condições para que evoluísse e atingisse o estatuto de grande e, por vezes, único media.
O cartaz tem suas raízes no renascimento. "O primeiro cartaz conhecido é de Saint-Flour, de 1454, feito em manuscrito, sem imagens" (CESAR, 2001). Mas é a partir do uso da técnica da litografia, na segunda metade do século XIX, que o cartaz passa a ter uma estrutura reconhecível como peça de publicidade. Jules Chéret e Alphonse Mucha, na França, ou J. H. Bufford e Louis Prang, nos Estados Unidos, foram grandes designers gráficos que se dedicaram especialmente aos cartazes e tiveram um papel importante no seu desenvolvimento. Nessa época artistas plásticos de renome se dedicaram ao cartaz, como Toulouse-Lautrec entre outros.


 
No século XX o cartaz teve um papel importante no design moderno. O design russo foi influente na evolução do cartaz europeu moderno e na escola de design alemã, a Bauhaus. O cartaz russo se caracterizou pelo envolvimento com as vanguardas artísticas e a propaganda do governo soviético.
Os cartazes construtivistas do designer El Lissitzky são bons exemplos das mudanças estéticas da época, com o uso de formas geométricas, cores puras (como o vermelho e o preto), tipografia sem serifa e de montagens fotográficas.
Das vanguardas europeias à desconstrução pós-modernista o cartaz manteve uma renovação constante, sobrevivendo ao surgimento de novas mídias, como a televisão no pós-guerra.
Valentino (1886) de Jules Chéret terá sido o primeiro cartaz impresso. O autor, considerado o pai do cartaz moderno, deixou uma vasta obra. O caso presente indicia o elevado carácter dinâmico da sua obra: o palhaço e as raparigas parecem saltar para fora do cartaz, efeito que acentua a inscrição curvada e nos sugere um cartaz tridimensional.
Champfleury - Les Chats (1896), cartaz de Edouard Manet. Completamente à margem da corrente dominante da época, esta obra é o prelúdio do cartaz dos nossos dias: grande enfoque no motivo principal a comunica, redução dos detalhes ao mínimo e integração de texto e imagem, resultando numa obra de fácil leitura.


 
Adriano Ramos Pinto (1859-1927) fundou a Casa Ramos Pinto com 21 anos. Desde cedo fez notar que a imagem é imprescindível para o sucesso empresarial (lembre-mo-nos que estamos no séc. XlX). Encomendou vários trabalhos (cartazes) a alguns dos mais famosos cartezistas da época.

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